Minha alma

Minha alma é torta, desencontrada, inquieta. Um pouco inconstante, passeadeira, talvez até vagante. Minha alma é livre, é criativa, minha alma cria. Cria incessantemente, uma nova historia, um novo quadro, uma nova poesia, uma nova vida. Intensamente interessada em extravasar, escorre de suas rachaduras o excesso inebriante do criar. Minha alma sem criação é zumbi, minha alma aprisionada na rotina é defunto, minha alma no corporativo é morto-vivo. Minha alma precisa de mais, minha alma quer mais. Minha alma precisa das letras, dos pinceis, das tintas, dos personagens. Nasci com alma torta de artista, faço arte com as palavras, faço arte com tesoura e cola, faço arte com a vida. Transformo o cinza em colorido, coloco flores, bolas, poesia. Minha alma sem criação, adoece. Minha alma criando, floresce. Minha criatividade transborda da alma, corre meu espírito, e esta em todas as células do meu corpo. A vida sem arte pra mim é quase morte. Preciso da literatura, da pintura, da musica mais do que preciso de ar, ou de coca-cola. Minha alma inventa, sonha, vaga dos amores eternos aos crimes perversos. Minha alma não tem medo, se aventura, transforma. Nasci assim, cresci assim, desde pequena isso é maior, muito maior que eu. Desde pequena o jogo das palavras me atrai, a fantasia me leva, as tintas me possuem. Não sei ser de outro jeito, nunca serei normal, minha alma é amplamente desmiolada, fantasiosa, criativa, cria. E na tentativa de manter qualquer beira de sanidade transformo tudo em arte, um diálogo imaginário vira quinze paginas de um conto, uma lata velha de tinta vira um vaso de flores, uma caixa de feira uma prateleira. Assim eu caminho, eu e minha alma de artista na eterna busca do criar. E por mais torto que lhe pareça esse caminhar, pra minha alma mais perfeito não poderia estar.